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Fortaleza,
5 de Janeiro de 2004 |
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VIDA INTENSA
Zenaide: cem anos de
muita alegria
Cem
anos de vida. Muitos momentos felizes, saudades da infância
dos filhos e da casa cheia de gente, além de sonhos
ainda para realizar. É assim que Zenaide Duarte Rangel
gosta de lembrar da sua existência
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Zenaide
Duarte Rangel: ''Sou muito feliz''(Foto:
Marcos Campos)
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Cem anos de vida. Muitos momentos felizes, saudades
da infância dos filhos e da casa cheia de gente, além
de sonhos ainda para realizar. É assim que Zenaide
Duarte Rangel gosta de lembrar da sua existência. O
medo da seca, que a guerra chegasse no Brasil, as
tristezas decorrentes das perdas do marido e de dois
filhos formam um outro capítulo da vida dessa centenária
que faz aniversário na próximo quarta-feira, dia 7.
Uma missa em ação de graças será celebrada hoje, às
19 horas, na Paróquia São Vicente de Paulo, na Aldeota.
Se não fossem algumas tristezas, dona Zenaide diria que
a felicidade foi uma marca na sua existência. Casou com
o primeiro e único namorado, José Quixadá, em 1926.
Ela com 22 anos e o marido 38. ''Foi amor de verdade.
Ele fazia tudo para me ver feliz e eu também''. Os
cinco filhos lhe deram 17 netos e 25 bisnetos. A separação
veio com a morte dele em 1964. E significou para ela, o
recomeçar. Isso porque, José Quixadá cuidava de tudo,
enquanto Zenaide se dedicava à família, à pintura e
à costura. Ela também adorava cozinhar.
Para dona Zenaide, o casamento com o seu primeiro amor e
o nascimentos dos filhos foram as maiores felicidades
que já teve. ''A felicidade é a gente que faz. Por
isso, sou muito feliz''. As filhas Sônia, Marta e
Margarida contam que o pai dizia que a mãe era muito
bonita. Ela observa ainda que era uma moça simples. ''A
beleza não é só na aparência, mas também no coração'',
assegura a centenária. Na mocidade, ela gostava muito
de dançar e de viajar. Morou no Rio de Janeiro e foi
duas vezes aos Estados Unidos, onde ''há muito tempo''
vive a filha Marta. A última viagem foi aos 95 anos.
Apesar da idade, ela tem muita saúde. A pressão e a
taxa de colesterol são normais, não sofre de nenhuma
doença, mas tem dificuldade para se locomover e para
ouvir. Chegar aos 100 anos, para ela, é o resultado de
viver bem com a família e de forma tranqüila. E quem
pensa que dona Zenaide acha que chegou ao fim, está
enganado. ''Agradeço a Deus, mas acho que ainda vou
viver mais''. E só lamenta não poder realizar seu
sonho: construir uma casa para abrigar crianças pobres.
''Eu quisera ser muito rica que nenhuma criança
sofreria como vejo hoje''.
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